quinta-feira, 5 de março de 2015

Miséria moral

O Primeiro Ministro confessou humildemente a sua imperfeição, mas ressalvou que esta não é tão profunda que cometa uma série de actos que descreveu sucintamente, podendo todos classificar-se em geral como abusos de poder. Não há motivos para duvidar, quer da sua confissão, quer da ressalva. Mas parece que houve alguém que se sentiu atingido. Pareceu a esse alguém que a lista de actos que Passos Coelho negou poderem ser-lhe imputados era uma acusação encapotada contra si. Enfim, como diz o povo, enfiou o barrete. E vá de acusar Passos de cobardia e de miséria moral. Talvez o barrete até tivesse a sua medida e toda a gente percebeu que lhe era dirigido. Mas, ao considerar-se ofendido, aceitou que a ressalva do PM correspondia a uma acusação que lhe era dirigida, o que já está próximo de uma confissão. Considerando que quem assim se sentiu está preso por suspeitas de crimes graves, parece-me que devia antes assobiar para o lado e disfarçar, dizendo "De quem estará ele a falar?"

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