sábado, 11 de janeiro de 2014

Não há pequenos-almoços grátis

Catarina Martins, cocoordenadora do BE, afirmou que "não comemos mercados ao pequeno-almoço". Ora aqui está uma afirmação inquestionável. Eu não como mercados a nenhuma refeição, estou absolutamente seguro que Catarina Martins também não, assim como os demais portuguesee e desconfio mesmo que toda a humanidade. Mas assim como não há alomoços grátis, também não há pequenos-almoços grátis, embora devam ser um tanto mais económicos que os almoços. E onde compramos, eu, tu, ele e aposto que Catarina, o pão, a manteiga, eventualmente o leite ou o café e talvez os cereais? Não num simples mercado, mas sim no supermercado ou num hipermercado. E com que dinheiro? Enquanto não chegámos a défice zero, parte do nosso pequeno-almoço era comprado com dinheiro emprestado. Mesmo que Catarina nunca tenha pedido dinheiro emprestado, quem lhe paga o salário de deputada teve de pedir algum aos famigerados mercados para ela poder comprar o pão, a manteiga, eventualmente o leite ou o cafá e talvez os cereais. Se os mercados nos fechassem o financiamento, o que esteva quase a acontecer, Catarina teria de sacrificar parte do pão, da manteiga, eventualmente do leite ou do café e talvez dos cereais ou de outras coisas em que gasta o seu dinheiro. Pelos vistos, Catarina nunca pensou nisto. Não comemos mercados ao pequeno-almoço, mas podemos não comer pequeno-almoço se não recorrermos aos mercados.

Nota: Quando falo de défice zero, não me refiro ao défice orçamental, ao défice do Estado, embora no caso de Catarina Martins, que ganha de um órgão do Estado, a Assembleia da República, não fosse descabido. Quero referir-me ao défice da balança corrente com o exterior, que vai agora estando mais ou menos equilibrada, mas que deixou acumular uma dívida enorme. Temos vindo a comer pequenos-almoços ao longo de anos à custa dessa dívida.

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