segunda-feira, 20 de maio de 2013

PEC IV e juros

Está outra vez na moda afirmar que, se a oposição ao Governo de Sócrates não tem chumbado em peso o PEC IV, não teria sido necessário o pedido de auxílio financeiro à troika. Sempre me pareceu uma afirmação descabida, pois o País não estava a conseguir financiar-se a juros sustentáveis e, mesmo que a aprovação do PEC IV tivesse entusiasmado de tal modo os investidores internacionais que os juros então praticados para os nossos títulos de dívida baixassem, o delírio gastador de Sócrates exigiria um volume de financiamento incomportável e não é crível que alterasse a sua política para execução do PEC IV gastando menos e gerando menores défices.

Hoje, ao ouvir Miguel Sousa Tavares falar na enorme carga de juros que este ano teremos de pagar, segundo disse 7 mil milhões de euros, mais de 3 vezes o valor da 8.ª tranche de que estamos à espera, e mais do que gastamos, por exemplo, em educação, pensei em como seria insuportável o pagamento de juros se, em vez de termos sido financiados com 78 mil milhões pelo programa de resgate a um juro médio de 3,2%, tivéssemos recorrido ao mercado durante estes dois anos para nos financiarmos. Em vez dos 7 mil milhões que este ano teremos de desembolsar, quanto seria?

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