segunda-feira, 5 de março de 2012

Robôs e a felicidade na Terra

Lembro-me de ter visto há muitos anos, quase de certeza mais de 10, um programa de TV que previa que o aparecimento de robôs na indústria, que nesse momento começava a entrar em força principalmente na indústria automóvel, iria a médio prazo revolucionar o mundo do trabalho à medida que a robotização se espalhasse pelas outras indústrias e demais actividades humanas de modo a reduzir drasticamente a necessidade de trabalho humano. Talvez a previsão não andasse totalmente longe da verdade, com mais ênfase na computorização e menos na robotização, só que o que a reportagem supunha que vissem a ser as relações de trabalho no futuro era demasiado optimista, parecida com a felicidade na Terra, para não usar a expressão "amanhãs que cantam", que diz respeito a outra utopia. Previa-se, e demonstrava-se com imagens, que devido à redução da necessidade de trabalho humano, os trabalhadores poderiam trabalhar apenas qualquer coisa como 2 horas por dia, passando o resto do tempo a descansar ou divertindo-se, o que era ilustrado com um trabalhador que depois do seu curto período de trabalho ia calmamente jogar golfe. Para mais, a robotização reduziria os custos de produção, o que faria com que o feliz trabalhador pudesse nos seus longos tempos de lazer ter acesso a todas as comodidades. Não terá ocorrido ao autor da previsão que o resultado pudesse ser o aumento vertiginoso do desemprego, com as suas trágicas consequências, sem vantagens evidentes para os poucos que conseguem manter os seus postos de trabalho, para mais sempre com medo que o desemprego os possa vir também a atingir.

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