segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Retenção ou não retenção, eis a questão

A polémica sobre o projecto de eliminar do nosso ensino (suponho que só do básico e secundário) as reprovações, modernamente chamadas "retenções", não me deixou indiferente. As alterações no sistema de ensino têm-me feito sofrer desde que tinha filhos na escola. No entanto agora já tenho saudades desses gloriosos tempos. Agora tenho receio pelos meus netos. Como será no tempo dos meus bisnetos?

A visão do futuro da educação de Pinho Cardão no Quarta República fez-me sorrir num primeiro tempo, mas depois o sorriso tornou-se amarelo! Li os comentários e acho que aprendi algo sobre educação. Já tinha lido sobre o mesmo assunto no De Rerum Natura. Além das vantagens e desvantagens da retenção ou do progresso automático dos alunos mais fracos, notei que se falava sempre no ponto de vista destes; e qual o reflexo sobre os alunos com bom aproveitamento, que, no caso de deixar de haver reprovações, passam a ter nas suas turmas um "lastro" de colegas que estão mais atrasados na matéria? Não serão prejudicados pela baixa automática do nível médio da turma? Catarina, nos comentários, fala que os reprovados têm "problemas comportamentais, baixa auto-estima, fraca assiduidade escolar, que conduzirá ao abandono escolar e por aí fora". E se passarem sem saber como se sentirão? E como se sentem os colegas que passaram por merecer passar?

1 comentário:

Pinho Cardão disse...

Sensibilizado pela citação