quarta-feira, 7 de abril de 2010

Portugal, Grécia e os especuladores

Tem-se discutido muito a responsabilidade dos especuladores financeiros na crise que, com início nos EUA, ainda mostra duramente os seus efeitos e, mais recente e especificamente, na crise grega e na dos outros países do Sul da zona euro. Agora diz-se que os especuladores “atacaram” a Grécia, põe-se a hipótese de o verdadeiro alvo dos ataques dos ditos especuladores ser não a Grécia mas sim o euro, teme-se que logo que os gregos consigam com o seu plano de austeridade amansar os ataques, os referidos especuladores se poderão voltar para o segundo elo mais fraco, ou seja Portugal.

Pouco percebo de economia e nada de finanças internacionais. Confesso que não sei o que são os “ataques dos especuladores” nem o que eles fazem de concreto. Que podem fazer os famosos especuladores para baixar o valor de um título? Podem vendê-lo em grandes quantidades ou abster-se de o comprar. Não sei que mais podem fazer nos seus "ataques". O mesmo para uma moeda. Se são títulos de dívida, como os títulos soberanos, compreendo que qualquer pessoa que tenha dinheiro para emprestar deseje receber o máximo rendimento e evitar ao máximo o risco, o que por vezes exige um equilíbrio difícil. Também compreendo que o mecanismo da oferta e da procura (uma das poucas coisas que sei de economia e que me foi ensinado há muitos anos pelo Prof. Pinto Barbosa na cadeira de Economia no IST) leva naturalmente a que seja mais difícil vender dívida de retorno duvidoso e que portanto os financiadores exijam uma taxa maior. Será isto especulação? Também compreendo que na dúvida de um retorno dos seus investimentos, os investidores tentem vender os títulos que os suportam. Será isto especulação? A mim só me parece bom senso.

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